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Teletrabalho é tendência no Grupo Heineken mesmo depois da pandemia

Juliana Wei, Diretora de RH da empresa, explica como setor lidou com as dificuldades para manter a saúde e segurança dos colaboradores



Uma das maiores empresas do mundo e que apenas no Brasil conta com 13 mil trabalhadores, o Grupo Heineken passou por muitas mudanças ao longo da pandemia de Covid-19. E o setor de Recursos Humanos da empresa teve papel fundamental nessa adaptação.


De acordo com a Diretora de RH da companhia, Juliana Wei, desde o início da pandemia eles desenvolveram uma série de ações, com especial foco na saúde e segurança dos colaboradores. Entre as principais ações tomadas está a adoção do teletrabalho para todas as áreas corporativas, inclusas as forças de vendas.


"A gente recebeu uma sinalização muito positiva e de tendência de continuar (o teletrabalho)." Juliana Wei

E, devido a boa recepção dos colaboradores, isso passou a ser o modelo oficial de trabalho para esses setores em janeiro de 2021. Para falar mais sobre o momento vivido e como o Grupo Heineken tem lidado com a pandemia o podcast BóraVoar, do palestrante de vendas mais contratado do Brasil, Diego Maia, recebeu Juliana Wei. Confira a entrevista.


Diego Maia - Compartilha com a gente como é que têm sido esses tempos difíceis para o Grupo Heineken. Como é que seus colaboradores têm reagido? Enfim, faz um balanço pra gente Juliana.

Juliana Wei - É um momento difícil pra todo o país, do ponto de vista da área de RH. O maior desafio para nós foi tomar decisões e ações com muita agilidade. A gente sabendo que essas ações teriam impacto direto na vida das pessoas, dos nossos colaboradores, e num contexto desconhecido e inseguro, que nunca ninguém havia passado. Então desde que a pandemia foi decretada, nós nos debruçamos no tema em todas as frentes e mais de imediato a gente focou nas ações de saúde e segurança. Então criamos comitês internos, um deles foi o comitê de saúde, composto por representantes de praticamente todas as áreas da empresa. Então traz para a gente a temperatura dos nossos colaboradores nas pontas. Esse comitê até hoje se reúne diariamente pra tratar os temas de saúde e prevenção dos nossos colaboradores na pandemia.


Diego Maia - Quais outras ações foram tomadas?


Juliana Wei - Outro comitê foi o de liderança, também para endereçar as soluções e dar prioridade a esses temas. Também colocamos todas as funções possíveis de trabalho remoto, inclusive forças de vendas e principalmente pessoas do grupo de risco trabalhando remotamente. A gente propôs uma escala de trabalho reduzida para cargos que estão no campo e nas cervejarias. Nas nossas unidades produtivas nós adotamos medidas restritivas, seguindo todos os protocolos necessários de checagem dos colaboradores que precisavam estar presencialmente em seus postos. A gente providenciou o afastamento de qualquer colaborador que apresentasse sintomas da doença, do Covid, colocando em quarentena e sendo acompanhado diariamente por nossa equipe médica.


Diego Maia - A saúde mental dos colaboradores também foi uma preocupação da empresa?


Juliana Wei - Também criamos uma plataforma chamada Heineken Cuida, que além de apoiar os nossos colaboradores com uma frente de saúde mental. A gente disponibilizou um canal de WhatsApp exclusivo de saúde corporativa para orientação e atendimento aos 13 mil colaboradores e familiares, que é disponível 24 horas por dia, sete dias por semana. Fazemos uma pesquisa diária de SMS para acompanhamento e sintoma da doença. Internamente a gente acompanha um painel de indicadores relacionado ao Covid, que dá visibilidade da doença em todas as nossas unidades.


"Criamos um movimento de onda positiva para compartilhar as ações de impacto positivo com pessoas que superaram a doença e outras coisas que pudessem trazer leveza ao momento." Juliana Wei

Diego Maia - Além da atenção a saúde, o que mais foi desenvolvido?


Juliana Wei - Além das ações de saúde e segurança, a gente teve outras frentes para suportar o momento. Então criamos aí um movimento de onda positiva para compartilhar as ações de impacto positivo com pessoas que superaram a doença e outras coisas que pudessem trazer leveza ao momento. Aula de ioga, meditação, etc. Também olhamos para benefícios à medida que a gente pode flexibilizar o que era possível pra adaptar à nova realidade, como escolha entre o vale alimentação e refeição.


Diego Maia - Como vocês lidaram com essa nova realidade de trabalho remoto?


Juliana Wei - Para apoiar as novas formas de trabalho aos colaboradores que estavam em home office a gente definiu a modalidade de trabalho como teletrabalho. Com isso a gente passou a formalizar o remote mode, que quando houver retorno os nossos colaboradores estarão presentes fisicamente no máximo duas vezes por semana. E com isso, para esse novo momento, a gente está adaptando nosso escritório para um ambiente mais colaborativo, criando hubs para apoio físico em localidades de fácil acesso aos nossos colaboradores. Enfim, essas foram as ações que a gente tomou nos últimos meses, que entendemos enquanto empresa é essencial pra apoiar o nosso time e o negócio num momento tão diferente que nunca vivido anteriormente.


Diego Maia - Como é que você enxerga a atuação de vocês e como é que você enxerga o mercado no que diz respeito ao trabalho home office, ao teletrabalho, ao presencial ou modelo o híbrido. Como é que você vê isso?

Juliana Wei - Bem, essa é uma questão que acho que cada empresa deve avaliar levando em consideração seu contexto, sua cultura, a realidade, seus colaboradores, enfim. Em janeiro de 2021, conforme eu disse, o Grupo Heineken adotou oficialmente o modelo de teletrabalho para todos os times da das áreas corporativas no Brasil. A gente está falando aí de mais ou menos 1300 pessoas que estavam alocadas nas cidades de São Paulo e Itu. Essa modalidade tem uma premissa de execução de atividade funcional no mínimo três vezes por semana fora das dependências da companhia. E a ideia da implementação do teletrabalho veio de pesquisas que a gente fez durante o ano passado com os nossos colaboradores para sentir como estava sendo a experiência de trabalhar remotamente.


Diego Maia - E como foi a recepção dos funcionários?


Juliana Wei - A gente recebeu uma sinalização muito positiva e de tendência de continuar (o teletrabalho), com impactos relatados da proximidade com a família, de mais qualidade de vida, de ter a flexibilidade, enfim. Isso nos levou à decisão de tornar o modelo como padrão na companhia nas áreas corporativas. E apesar dessa mobilidade não permitir a convivência com os colegas de trabalho, a nossa essência é de gerar conexão entre as pessoas. Então a gente tem se exercitado para manter essa conexão aí diariamente.

 

Você pode conferir mais entrevistas exclusivas no Portal CDPV e ouvi-las no podcast BóraVoar no seu navegador ou na sua plataforma de streaming preferida, como o Spotify, por exemplo.


Sobre o Diego Maia


Diego Maia é o palestrante de vendas mais contratado do Brasil. Com 6 livros publicados, atua no mercado de palestras e treinamentos de vendas desde 2003. Apresenta o BóraVoar, programa que está no ar em diversas emissoras de rádio como Antena 1 (103,7 FM Rio de Janeiro) e Mais Brasil News (101,7 FM Brasília). O programa também é publicado diariamente em todos os aplicativos de podcasts.


Diego Maia é CEO do CDPV (Centro de Desenvolvimento do Profissional de Vendas), escola de vendas pioneira no Brasil, especializada em treinamentos de vendas presenciais e online.



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