Em vez de se distanciar dos outros players, a solução pode estar em abraçar a concorrência. Em um cenário de crescimento recorde do valor investido em Venture Capital, um exercício sobre como as startups podem levar as grandes corporações brasileiras a uma transformação jamais vista na história do país.
No momento em que você lê este artigo, com certeza, alguém em algum lugar do mundo está desenvolvendo uma solução, tecnologia ou serviço que vai acabar com o seu negócio da forma como ele é conhecido hoje, ou abocanhar uma fatia considerável do seu mercado, num futuro breve. Quando você se der conta do que está acontecendo, não vai conseguir agir a tempo de se prevenir, porque, atualmente, concorrentes nascem em silêncio e crescem cada vez mais rápido. Em muitos casos, só deixam de ser subestimados quando recebem o primeiro cheque multimilionário – o que tem acontecido cada vez mais cedo na vida de uma startup.
Hoje, esses tipos de negócio, muitas vezes, nem ocupam espaço físico e já nascem totalmente digitais. Seus modelos se materializam de forma ágil, disruptiva e ganham share via redes sociais. Sem fábricas, terceirizam processos na velocidade da luz, contratam parceiros, escutam o consumidor e ajustam produtos, serviços e seus modelos de negócio em um piscar de olhos – quando piscam. Conseguem vender sem sequer ter estoque. Testam demanda, otimizam logística, produzem rapidamente e se articulam com influenciadores. Nascem aos olhos de poucos e, quando você vê, já pertencem aos corações de muitos.
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Passamos da Era da Informação à Era da Substituição. Se as áreas de produto costumam falar em obsolescência programada, pode ser estranho que, com tantos dados disponíveis, algumas empresas não consigam reconhecer a sua própria obsolescência. Mas o que fazer para mudar esse cenário, antes que seu negócio desapareça?
Um dos principais caminhos tem sido dar as mãos para aquela que poderia justamente matar o modelo de negócio da sua empresa: a concorrência. Em boa parte dos casos, startups que descobrem maneiras mais eficientes de fazer as coisas.
Em diversos países, as corporações têm buscado superar as diferenças culturais em relação a startups e se aproximar delas para garantir a sobrevivência. Na intenção de vencer a lentidão da máquina corporativa e certas burocracias das empresas gigantes, criam estruturas apartadas para adquirir startups ou investir em novos negócios – o famoso Corporte Venture Capital. Somente este ano, a Microsoft comprou oito empresas, praticamente uma por mês.
O Softbank, um dos maiores investidores em tecnologia do planeta, tinha destinado US$ 5 bilhões a um fundo dedicado à América Latina em 2017 e anunciou há 3 meses outros US$ 3 bilhões, em um novo fundo. O grupo já investiu em Quinto Andar, Madeira Madeira, VTEX, entre outras. O valor das empresas investidas mais do que dobrou em dólares desde os aportes.
A Aliansce Sonae, um dos principais grupos de shopping centers do país, constituiu um braço independente para mergulhar no universo das startups. A partir dessa estrutura, investe em empresas que vão de logística à conexão das lojas com e-commerce. No Magazine Luiza, as fintechs do portfólio de mais de 20 startups adquiridas vão ter destaque ainda maior nos próximos anos. Você tem acompanhado esses movimentos?
Outra estratégia é quando a própria empresa se aventura a criar uma startup do zero, com uma estrutura em separado, para garantir agilidade aos processos e menos amarras. O chamado Corporate Venture Building.
Nessas situações, geralmente contam com a ajuda de Venture Builders, consultorias especializadas em identificar oportunidades de negócio, contratar empreendedores, técnicos, testar soluções e entregar a startup rodando – em certos casos, assumindo até parte do risco do negócio. Uma estratégia que, por contar com times e gestores acostumados à inovação e ao dia a dia de cada setor, aumenta as taxas de sucesso da startup.
No Corporate Venture Building, as soluções nascem e crescem alinhadas à estratégia da empresa. E costumam ser mais acessíveis que as operações de M&A, quando as startups já criadas apresentam maior robustez e valuation. A Nestlé lançou, por exemplo, o Vem de Bolo, plataforma que conecta confeiteiros que fazem seus bolos em casa ao mercado consumidor.
A Ambev criou, antes mesmo da pandemia, o Zé Delivery, aplicativo de entrega de bebidas, baixado 3 milhões de vezes em 2020, mais do que o dobro do ano anterior. Se tivesse feito uma simples parceria com um aplicativo de entregas, talvez não encontrasse condições de saber dados interessantes sobre onde a concorrência tem vendido mais e seus volumes de vendas. No fim das contas, são grandes marcas que encontraram novas possibilidades e souberam inovar com rapidez.
E você? Está tentando fazer tudo sozinho dentro da sua empresa, ou já tem atuado com startups para ajudar a construir seu futuro?
*Felipe Novaes é sócio e cofundador da The Bakery, empresa global de inovação corporativa, e advisor de empreendedores de tecnologia. Atuou com gerenciamento de projetos e novas tecnologias em grandes corporações, como Avon, Syngenta e Vale, e foi cofundador de uma startup de educação em Nova York investida pelo inventor do Cloud Computing.
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